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domingo, 28 de junho de 2009

O que te deixa sem ânimo para blogar?

A Cris do blog Notícias da Bota me indicou para um meme bem interessante. O título é "O que te deixa sem ânimo para blogar?" e requer cinco respostas pessoais para a questão, além de indicar no final quatro blogueiros para responderem.

1. Em primeiro lugar vem a falta de tempo. Nem sempre estou desanimada para escrever, mas acabo tendo outras coisas para fazer, além do cansaço que me impede de ficar na frente do computador e escrever meus textos.

2. A falta de inspiração também é um dos motivos que me desanimam blogar. Ainda mais que sou toda metódica e perfeccionista. E se começo a ler e-mails, recados no orkut e facebook e chatar no msn piora a situação.

3. Quando penso que tenho que traduzir para o italiano os posts em português, tudo porque decidi fazer uma versão em italiano para os amigos que não falam a minha língua.

4. Tem vezes que tenho algumas virtuais e acho que meu blog é perda de tempo. E se ainda vem alguém ofendendo e dizendo que seu trabalho é uma porcaria, a vontade é de cancelar tudo e desaparecer da internet. Mas sempre prevalece o prazer em escrever coisas que gosto e penso nas pessoas que conheci e fiz amizade, na troca de informações, no conhecimento.

5. A última coisa que me desanima em escrever é quando tem um sol lindo lá fora, uma temperatura agradável e propícia para passear, como hoje :D

Os blogs indicados:

Crónicas de "Um" VagaMundo
Historias Cálidas
O Admirável Mundo Novo da Lulu
Um Brasiliano in Italia


sábado, 27 de junho de 2009

Milano: Basilica di San Lorenzo Maggiore alle Colonne



Diferentemente de outros turistas que visitam Milão, o primeiro monumento que vi nessa cidade foi a Basílica de San Lorenzo Maggiore alle Colonne. Chegamos lá por acaso e sem saber onde estávamos. O que mais me chamou a atenção foram as colunas coríntias de mármore, restos de um edifício romano tardo-imperial, postas em frente à igreja. Por isso o nome "alle colonne".


Na pracinha diante da igreja encontra-se a cópia de uma estátua de bronze do imperador Constantino. A basílica, uma das mais antigas igrejas cristãs de Milão, foi várias vezes destruída e reformada e hoje apresenta características românicas do século XII e renascentistas, uma cúpula otagonal datada do século XVI-XVII e uma fachada do século XIX. Mas ainda há traços originais da igreja, do século IV, bem visíveis.


O local, na Porta Ticinese, é também o ponto de encontro dos jovens nos finais de semana à noite.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Milano: Chiesa di Santa Maria delle Grazie e il Cenacolo



No lugar da antiga capelinha que protegia um afresco de Nossa Senhora das Graças, venerada pelos fiéis e até hoje presente na atual igreja, os frades dominicanos começaram a construir o próprio convento. Sob o patrocínio de Guiniforte Solari, em 1463, começou-se então a construção da majestosa igreja, concluída apenas em 1490.


É uma igreja em estilo gótico-renascentista, com fachada simples e a forma de cabana, caracteristicamente lombarda. Ao fundo, ergue-se o monumento fúnebre que Ludovico, o Mouro (antigo duque de Milão, da família Sforza) mandou construir para si e para sua esposa, Beatriz do Leste. É um edifício renascentista com a parte superior em forma poligonal e uma elegante cúpula toda decorada com brasões da família Sforza e retratos de santos.


Mas a fama da igreja se deve mesmo a uma obra-prima de Leonardo Da Vinci, A Última Ceia. Foi um pedido do duque Ludovico Sforza e se conserva até hoje no refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie (na foto, vê-se um pedaço do convento, do lado esquerdo). Foi um trabalho que durou três anos (de 1495 a 1498) e sofreu alguns danos como o alargamento de uma porta que não poupou os pés de Cristo e de alguns apóstolos e dos bombardeamentos de agosto de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial. Foi restaurada diversas vezes e quase foi perdida, tanto que o poeta italiano Gabriele D'Annunzio dedicou ao trabalho leonardesco a Ode per la morte di un capolavoro (Ode pela morte de uma obra-prima).


O afresco de Da Vinci mede 4,6 m x 8,8 m e foi inspirado no Envangelho de João (João 13:21-26), no qual Jesus, reunido com os doze apóstolos, anuncia a traição por parte de um deles. É parte do Patrimônio da Humanidade, tutelado pela Unesco e pode ser visitata com uma prévia reserva. Mais informações aqui.


O endereço é Piazza Santa Maria delle Grazie 2, continuação do Corso Magenta (as estações de metrô mais próximas são Cadorna ou Conciliazione; os bondes que passam próximos são o 24 Corso Magenta e o 16 San Siro-Duomo).


E quem quiser admirar a grande obra de Leonardo via internet e em alta resolução, é só acessar o site Halta Definizione


Milano: Basilica di Sant'Ambrogio



A basílica dedicada a Santo Ambrogio é uma das mais antigas igrejas católicas de Milão e surge em um lugar onde um tempo havia o Cemitério dos Mártires cristãos. Deu-se início a sua construção em 379 d.C. e, sete anos mais tarde, foi consagrada pelo então bispo Ambrogio, hoje padroeiro de Milão.


Inicialmente intitulada Basilica Martyrum, passa a ser chamada com o atual nome depois da morte de Santo Ambrósio, em 397. Ele era conhecido por sua generosidade e por defender com fervor sua fé, muito amado e querido pelo povo. Diz-se que foi responsável até pela conversão de Santo Agostinho.




A fachada é em estilo romanico e ladeada por duas torres de sinos: à direita, o Campanile dei Monaci, do século IX e, à esquerda, o Campanile dei Canonici, cuja construção foi iniciada em 1128 e concluída somente em 1889.


Um átrio arqueado precede a entrada da igreja, construído no final do IX século a pedido do bispo Ansperto Confalonieri para abrigar os peregrinos em visita à igreja. E nesse mesmo local, podemos ver fragmentos de sarcófagos, epígrafes e esculturas provenientes do cemitério que havia lá antes da construção da igreja.


Lápides dos mártires no átrio da Basilica de Santo Ambrogio


No interior da basílica encontramos uma mistura de estilos artísticos, do românico ao barroco, resultado das restaurações ao longo dos anos. Muitas são as obras acolhidas na basílica, cada qual com sua beleza, em particular o Altare d'oro, coberto com lâminas de ouro e prata e com figuras que representam a vida de Cristo e Santo Ambrósio.




Na própria basílica encontra-se o Museo della Basilica di Sant'Ambrogio, fundado em 1949 para abrigar as relíquias e os valiosos tesouros históricos dessa antiga igreja.



sexta-feira, 19 de junho de 2009

Milano: Castello Sforzesco e Parco Sempione




O Castello Sforzesco é um outro local famoso e estimado pelos milaneses e turistas, ícone de grande importancia na História de Milão e onde moraram e governaram duas famílias notáveis: os Visconti e os Sforza.


Situa-se de frente a Piazza Cairoli, às portas da estação de metrô Cairoli-Castello, no centro da cidade. No fundo da Via Dante, próximo a estação precedente àquela do castelo e do lado oposto deste, já é possível admirar a torre da fortaleza que se destaca na paisagem da agitada e urbana Milão.


Sua construção teve inícioentre 1360 e 1370 a mando de Galeazzo Visconti II. Foi inicialmente pensado para servir de fortificação aos muros medievais da cidade e, posteriormente, nas mãos de Filippo Maria Visconti, passou a ser também uma residência da família. Com a morte do último herdeiro homem dos Visconti, o povo milanês, revoltado com o poder da época e proclamando a República, invade e destrói o castelo. Felizmente, três anos mais tarde, o genro de Filippo Maria Visconti toma posse do poder e reconstrói a fortaleza, maior e mais elegante que a original, refinado e propício para uma família principesca. Nasce a era dos Sforza, daí o nome Castelo Sforzesco.


Torre del Carmine





Torre del Filarete. Na primeira foto, vê-se o lado externo da torre e, na segunda, o lado interno e a Piazza d'Armi






Piazza d'Armi 

Torre di Bona di Savoia, esposa de um dos Visconti

Corte Ducale e Portico dell'Elefante
Porta del Barco, a parte posterior do Castello Sforzeco e acesso ao Parco Sempione

Com o passar do tempo, o castelo conheceu novos saques e destruições, serviu de base militar e outras funções nas mãos de povos que não sabem valorizar a arte. Só para se ter uma ideia, durante a dominação napoleônica de 1796, além de terem mutilado os brasões dos Sforza, transformaram um dos pátios internos em estala. Somente depois da Unificação Italiana é que o castelo finalmente conheceu a paz e pôde ser visitado pelo público.


Atualmente pertence a Città di Milano e abriga importantes museus, bibliotecas e instituições culturais. Dentre os museus, o de Arte Antiga merece destaque por tutelar uma obra de Michelangelo: a Pietà Rondanini (que não é a mesma do Vaticano, aquela famosa, é uma mais dramática, esculpida ao fim de sua vida).


Atrás do castelo encontra-se um dos points de Milano, o Parco Sempione. Inspirado nos parques de cidades como Londres e Paris, o parque milanês apresenta pequenos lagos, alamedas, bosque e um grande prado central onde muitas pessoas vão receber os primeiros raios primaveris.






No fundo do parque está o Arco della Pace, antigo ingresso de Milão durante a dominação napoleônica na Itália. Foi solicitado por Napoleão Bonaparte para que pudesse ter sua entrada triunfal em visita a cidade e está na mesma direção de Paris.


Milano: Galleria Vittorio Emanuele II


Um dos pontos de encontro dos milaneses e turistas é a Galleria Vittorio Emanuele II, situada ao lado da Catedral de Milão, na Piazza del Duomo. Começou a ser construída em 1865, durante a visita do rei Vittorio Emanuele II à cidade, e foi concluída somente 12 anos mais tarde.



É a via de acesso da Piazza del Duomo a Piazza della Scala, praça esta onde se localiza o famoso Teatro alla Scala. O seu interior abriga, além de restaurates e bares elegantes, algumas lojas de griffes como a Louis Vuitton, Prada e Gucci, assim como entes institucionais, livrarias e casas de fast foods.




Tem a forma de uma cruz com uma praça otagonal ao centro, coberta por uma cúpola de vidro de 47 m de altura. Durante sua construção, a Galleria era uma obra de vanguarda para a arquitetura italiana e europeia e, segundo alguns históricos, foi fonte de inspiração para a famosa Torre Eiffel de Paris.

Do centro da galeria, podemos observar que nas meias-luas das quatro colunas que sustentam a cúpula há mosaicos representando os continentes da África, Europa, Ásia e as Américas. No chão, exatamente ao centro, encontramos o brasão da Casa dos Savoia circundada pelos brasões de outras quatro cidades que foram sedes do Reino de Itália, respectivamente Milão, Turim, Florença e Roma.


Um fato triste é lembrado na galeria, com direito a uma lápide na coluna esquerda do arco de entrada. Isto porque o arquiteto que projetou o faustoso edifício, Giuseppe Mengoni, teve uma queda fatal dos andaimes na véspera de sua inauguração, no dia 30 de dezembro de 1877.



Detalhe do arco de entrada da Galleria Vittorio Emanuele II, um presente que os milaneses dedicaram ao rei da Itália



quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Duomo de Milão



Um dos símbolos de Milão é a sua bela catedral em estilo gótico, dedicata a Santa Maria Nascente e conhecida simplesmente como Duomo. É a terceira maior catedral do mundo, depois da Basílica de São Pedro, no Vaticano e a Catedral de Santa Maria da Sede, em Sevilha (alguns dizem que a Catedral de Saint Paul, em Londres é a segunda maior do mundo).


Situa-se na Piazza del Duomo, no centro da cidade, onde um tempo existia a Basilica di Santa Tecla. Esta, porém, foi demolida no século XV para dar lugar à Cattedrale di Santa Maria Maggiore, a qual foi primeiramente englobada para depois ser substituída pela atual catedral.






Detalhe de um dos relevos da porta principal da catedral. É a representação da Anunciação de Maria, quando ela recebe a visita do anjo Gabriel que anuncia a chegada de Cristo


Começou a ser construída em 1386 e foi concluída completamente somente em 1885. Durante sua construção, financiada pela população e sobretudo pelas mais importantes famílias milanesas, participaram da chamada Fabbrica del Duomo diversos artistas italianos e estrangeiros.


O resultado de cinco séculos de trabalho foi uma catedral rica em detalhes, uma verdadeira obra-prima da arquitetura italiana. Para se ter uma ideia da grandiosidade artística dessa catedral, erguem-se 135 pináculos, é ornada por 2341 estátuas somente do lado externo e aproximadamente 3600 cenas e figuras nos vitrais, além dos relevos nas portas e a parte interna.

Detalhe de um dos pináculos da catedral



No maior pináculo da catedral (108,50 m, uma altura que nunca foi superada por nenhuma outra construção dentro da cidade), bem ao centro, está colocada a estátua de Nossa Senhora, carinhosamente conhecida por Madonnina e muito querida pelos milaneses. Em cobre e coberta com 3900 lâminas de ouro, com seus 4,16 m, a imagem da Virgem brilha no céu milanês circundada por uma coroa de pináculos menores com sobre anjos, santos e estrelas.


O interior é mais solene e sóbrio, também em estilo gótico, com capitéis ornados de estátuas de santos e profetas. No fundo da igreja, é possível ver três grandes vitrais que representam cenas do Velho e do Novo Testamento do Apocalipse. No Duomo se venera o Santo Prego, o qual fora usado na crucificação de Jesus Cristo, além da cripta que abriga as relíquias de São Carlos Borromeu.


Um aspecto interessante da Catedral de Milão é o seu terraço, de onde se pode ver grande parte da cidade e observar melhor as estátuas e detalhes daquela grandiosa obra. 


Para concluir, nada mais justo que falar da praça onde se localiza a belíssima catedral milanese, a Piazza del Duomo. Já no final da construção da igreja, em 1859, a Prefeitura de Milão abriu um concurso para a realização de uma nova praça. O vencedor, Giuseppe Mengoni, construiu uma ampla e moderna praça, circundada de elegantes edifícios e arcadas e na qual impera uma estátua equestre dedicada a Vittorio Emanuele II. E como não poderia deixar de ser, é muito comum vermos também nessa praça os turistas alimentando os pombos da cidade com milhos oferecidos a preços não muito módicos por vendedores estrangeiros.

Piazza del Duomo. Ao fundo, encontra-se o Palácio Carminati 



sábado, 13 de junho de 2009

Milano: capital da moda e não só


Milão é desde a Idade Média o pólo econômico e financeiro da Itália e hoje constitui-se numa das principais cidades europeias. É aqui que estão as principais indústrias e empresas multinacionais, o grande movimento comercial do país, a sede da bolsa de valores italiana (a Piazza Affari), da maior feira de exposições da Europa, além de ser um dos mais importantes centros de universidades, editoria e comunicações do país.


Conhecida mundialmente como a capital da moda, ao lado de Paris e Nova York, é aqui que se concentram os grandes eventos deste setor na Itália, além de sediar as principais casas da alta-costura made in Italy como Versace, Dolce&Gabbana, Prada, Valentino. Uma caminhada pelo centro da cidade, em particular no Corso e Galleria Vittorio Emanuele, Via Monte Napoleone e Via Manzoni, já é o suficiente para conhecer os nomes mais importantes do mundo fashion italiano e internacional.


Mas Milão não é só feita de indústrias, business e moda. É uma cidade que preserva uma história rica de tradições e cultura artística em geral, como em toda a Itália. Basta ver a grande variedade de museus, igrejas, conventos, basílicas e locais de interesse, em particular o Duomo (a terceira maior catedral do mundo), o Castello Sforzesco (residência e fortaleza dos Sforza e Visconti, famílias que governaram Milão na Idade Média e Renascimento), a Pinacoteca di Brera (que abriga obras dos mais importantes pintores italianos e estrangeiros de diferentes épocas), a Basilica di Sant'Ambrogio (uma das primeiras igrejas cristãs, construída em homenagem ao padroeiro de Milão), a Igreja e Convento de Santa Maria delle Grazie (onde se encontra uma obra-prima de Leonardo Da Vinci, a Última Ceia), a Galleria Vittorio Emanuele (que além das casas da alta moda, também encontramos elegantes bares e restaurantes), o Teatro alla Scala (simplesinho por fora, mas imponente no seu interior, literalmente palco de grandes óperas e peças famosas), a Stazione Centrale de trem (obra do Fascismo italiano, caracterizada pela suntuosa fachada, típica desse período) e tantos outros monumentos, palácios e lugares.


Foi aqui que nasceu e viveu um dos grandes poetas e escritores do Romantismo italiano, Alessandro Francesco Tommaso Manzoni, conhecido por Alessandro Manzoni, autor do célebre romance I promessi sposi (Os noivos). A ele foram dedicados uma rua e um monumento em frente a igreja próxima a casa onde vivera, no centro de Milão.


Milão, em latim Mediolanum (nome que de acordo com algumas teorias significa "cidade entre dois rios" ou "cidade no centro da planície"), era uma pequena colônia ocupada pelos gauleses insubres e hoje é a segunda maior cidade da Itália e a terceira da Europa. Foi uma das primeiras cidades italianas que visitei e uma das que mais gosto, bem parecida em tantos aspectos com São Paulo, a minha saudosa terra natal.