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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Santa Maria del Fiore: il Duomo di Firenze

Vista esplêndida do Duomo di Firenze e arredores. Da direita para a esquerda: cúpula de Brunelleschi, a lateral da catedral, a torre do Museo del Bargello, a torre de sinos de Giotto e da Badia Fiorentina e a cúpula da Igreja de São Lourenço

Altar-mor da Catedral de Santa Maria del Fiore, o Duomo di Firenze

A magnífica Catedral de Santa Maria del Fiore, a quarta maior do mundo depois de São Pedro em Roma, Sagrada Família em Barcelona e a catedral de Milão é, sem a menor sombra de dúvidas, um dos mais belos cartões-postais de Florença. Surge na estreita Piazza del Duomo, centro histórico da cidade.


É longa a história de sua construção, marcada por diversos empecilhos burocráticos e até mesmo um assassinato. Antes do atual Duomo, havia no lugar a catedral de Santa Reparata, uma igreja pequena e não condizente com uma Florença em desenvolvimento. Foi então que, em 1294, foi decretada a construção da Catedral de Santa Maria del Fiore, nome este inspirado do lírio, símbolo da cidade.


Pelo fato da sua construção ter sido financiada pelo Comune (Prefeitura), foi considerada por anos uma "igreja laica" e, portanto, eram permitidos os eventos civícos. Os florentinos ali assistiram desde as assembleias da magistratura, leituras das obras de Dante Alighieri até experimentos com o pêndolo de Focault.


Em 1418 foi estipulado um concurso para a realização da cúpula da nova catedral de Fiorenza. O vencedor foi o arquiteto Filippo Brunelleschi, que projetou e trabalhou por 16 anos na construção da elegantíssima e inconfundível cúpula otagonal de tijolos vermelhos, um dos prodígios arquitetônicos do Renascimento.



A catedral foi também palco de um evento famoso da história florentina, a Conspiração dos Pazzi, uma tentativa dos Pazzi (notável família de banqueiros) de tomar o poder dos Medici. Durante a missa de Páscoa de 1478, foi assassinado a punhaladas Giuliano Medici, enquanto seu irmão Lorenzo, ainda que ferido, conseguiu se esconder na sacristia.


Foi o mesmo Lourenço, o Magnífico, a abrir um concurso para a construção de uma fachada para a nova catedral, em 1491, concluída sem vencedores. Após a sua morte em 1492, ainda perdurou o problema da fachada, assumindo com seus sucessores uma disputa política. Para as cerimônias de casamento dos nobres ou eventos especiais, a catedral de Florença era enfeitada com uma fachada postiça. Somente em 1887, a igreja finalmente conheceu a fachada definitiva, em estilo neogótico e com temas que representam a grandiosidade do Cristianismo e as histórias de Maria.

Detalhes da fachada do Duomo. No tímpano central está a estátua que representa a Glória de Maria. Logo acima, a estátua de Nossa Senhora com o Menino Jesus circundada pelos apóstolos e ao centro, acima da rosácea, o busto do Pai Eterno

Outros monumentos de grande importância que compõem o complexo arquitetônico da catedral são a torre de sinos, mais conhecido pelo nome de Campanile di Giotto e o batistério dedicado a São João Batista, localizado a poucos passos da entrada da igreja e cujas portas douradas (sobretudo a do "Paraíso") são muito conhecidas.

Campanile de Giotto. O arquiteto era o chefe das obras para a construção da catedral e foi ele mesmo que projetou a torre de sinos que, infelizmente, não a viu concluída



Batistério dedicado a São João Batista e a Porta do Paraíso

Detalhes da Porta do Paraíso, do lado ocidental do batistério. É formada por 10 placas em bronze dourado (as originais estão conservadas no Museo dell'Opera del Duomo) que representam algumas passagens do Velho Testamento

Eu recomendo sem hesitações uma visita a catedral, apesar do empurra-empurra dos turistas ávidos para fotografar cada detalhe (eu também sou uma que tira fotos exageradamente, mas pelo menos sou educada) e da fila para visitar a igreja. Na minha próxima ida a Florença, tomarei coragem para subir os mais de 400 degraus da cúpula e o medo de altura, para admirar o panorama da cidade.



terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Firenze: Ponte Vecchio



Quem já esteve em Florença, deve ter notado a quantidade de pontes que ligam as duas margens do Arno. Entre elas, uma se destaca pela sua fama: a Ponte Vecchio (Ponte Velha em português).


É a ponte mais antiga da cidade, sendo que a primeira construção remonta à época romana. Outras versões da ponte já existiram e foram destruídas pelas cheias do rio. O aspecto atual data de 1345, construída pelo arquiteto Neri di Fioravante.

Ponte Vecchio e as famosas casinhas. O edifício branco que percorre a ponte é uma parte do Corridoio Vasariano



Uma característica peculiar desta famosa ponte do Arno é a fila de casinhas presente nos dois lados. Na Idade Média, essas casas eram açougues que o governo mandara construir para evitar sujeiras e fedor pelo meio da ponte. Os açougueiros, a fim de obter mais espaço, construíram outros cômodos apoiados sobre troncos de madeira. O resultado foi este como se pode ver na foto, um amontoado de casas em desordem. No Renascimento, porém, as casinhas passaram a abrigar joalherias e ourivesarias (e até hoje permanecem como tal), já que o comércio de carnes não era considerado nobre, além do mau cheiro que havia por lá.


Sobre as casinhas da Ponte Velha passa o Corridoio Vasariano, um corredor que liga o Palazzo Pitti (antiga residência dos Medici) ao Palazzo Vecchio (sede do governo) e que servia para que os governantes de Fiorenza pudessem se locomover livremente e sem perigo.


No meio da ponte há um amplo espaço vazio, de onde se tem uma vista bonita do Arno e das outras pontes. Do lado oposto ao Corridoio Vasariano, na parte mais livre da ponte (e onde há mais turistas), econtra-se o busto em bronze de Benvenuto Cellini, um célebre escultor, ourives e escritor italiano.



sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Firenze: cidade da arte por excelência



A antiga capital da Itália (de 1865 a 1871) disputa com Roma e Veneza o lugar na classificação das cidades italianas mais visitadas. E não é para menos que muitos turistas a escolhem como meta de suas viagens. Quem já foi ou mora na cidade da arte sabe muito bem disso.


Localizada na região da Toscana, nos Apeninos, Fiorenza (seu nome em italiano mais garboso) é considerada o berço da arte, da arquitetura e do Renascimento. Basta pensarmos em nomes como Michelangelo, Leonardo Da Vinci, Raffaello. Foi aí também que nasceu a língua italiana moderna, através do dialeto dialeto florentino, uma língua de grande prestígio cultural e usada pelos grandes poetas italianos como Dante Alighieri, Francesco Petrarca e Giovanni Boccaccio (Dante, por exemplo, escreveu sua célebre Divina Comédia em florentino vulgar).


Além da primazia artística e cultural, iniciada já antes do Renascimento, Florença também foi um dos maiores centros econômicos, comerciais e financeiros do mundo ocidental na Idade Média. De uma livre comuna (forma de governo italiano que substituiu o feudo), instituída oficialmente em 1183, a cidade do lírio passou a ser capital do Granducado da Toscana, graças a uma nova família de banqueiros que governou até o século XVIII: os Medici.


Firenze também foi palco da disputa de duas facções políticas: os Guelfos (Guelfi), fiéis ao papa, e os Gibelinos (Ghibellini), que apoiavam o imperador. Apesar das divergências, a cidade não foi afetada e continuou a crescer e se tornar próspera, deixando uma rica herança de patrimônio artístico e cultural para a humanidade.



quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

6 de janeiro: festa da Epifania do Senhor e da Befana



O dia 6 de janeiro é uma das festas mais solenes celebradas pela Igreja Católica. Comemora-se a visita dos três reis magos, vindos do longíquo Oriente, para adorar a Epifania do Senhor, ou seja, o nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus que veio ao mundo para nos salvar.


A tradição pagã aqui na Itália também festeja o dia da Befana, nome este formado de uma alteração da Epifania para bifanìa e befanìa. É representada na figura de uma simpática velhinha que visita as casas na noite do dia 5 para o dia 6 de janeiro, levando doces e presentes às crianças boazinhas e carvão (na verdade, um doce em forma e cor de carvão) para as desobedientes. Para isso, os pequenos devem deixar uma meia vazia para que a Befana coloque dentro as prendas.


São várias as origens da Befana. Algumas remetem à tradição agrária pré-cristiana, relativas ao ano que termina e daí a figura de uma velhinha para representar o ano velho. Outras, porém, referem-se a uma festa romana no início do ano para celebrar os deuses Jano (que deu origem ao nome do mês de Janeiro, um deus de duas cabeças que representava o passado e o futuro) e Strenia (relativo à troca de presentes).


Na tradição cristã, a Befana seria uma velhinha a quem os Reis Magos pediram informações, sem sucesso, para encontrar o caminho que os levaria a Belém. Arrependida de não os ter acompanhado, a senhora preparou uma cesta e saiu entregando doces para cada criança que encontrava, na esperança que um deles fosse o Menino Jesus.