A única vez que estive em Nápoles foi durante uma viagem que fiz com meu namorado e minha futura sogra em setembro de 2007. Partimos, de carro, da Sicília, onde fomos visitar alguns parentes, e seguimos viagem para casa, em Brescia, norte da Itália. No caminho, paramos em Nápoles, Pompeia, Siena, Pisa e Florença.
Infelizmente, a nossa parada em Nápoles foi de apenas algumas horas, mas o suficiente para me encantar com o pouco que vi da cidade. E também me surpreender com alguns aspectos que nunca imaginei que pudessem exisitir em um país da Europa Ocidental.
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Panorama do Porto de Nápoles com a bela vista do vulcão Vesúvio e do Mar Tirreno |
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O trânsito e as condições das ruas são um dos aspectos negativos de Nápoles. Estava acostumada ao tráfego de São Paulo, no Brasil, e já tinha visto mais ou menos a diferença entre o norte e o sul quando estive na Sicilia. Mas ao ver como era Nápoles, fiquei impressionada como ninguém dá passagem, os carros que param em fila dupla, ônibus e bondes a toda velocidade, além das sujeiras nas ruas e desigualdades sociais muito evidentes
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Claro que não fomos embora sem antes comer uma boa pizza napolitana em um dos restaurantes à beira mar do Golfo de Nápoles. Eu não pedi a tradicional pizza margherita, mas uma que se chamava Vesúvio, em homenagem ao vulcão da cidade. A base era como uma pizza normal, com muita mozzarella di bufala (a melhor e original da região da Campania), presunto e cogumelos. Por cima vinha uma massa bem fina, um pouco estufada para dar a forma do vulcão, e com ovos fritos na ponta (pena que não tirei uma foto). Uma delícia!
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A tradicional Pizza Margherita, nascida em Nápoles. Sou fã da pizza italiana e não concordo com meus amigos e colegas de São Paulo que preferem a pizza feita lá. A italiana é mais leve e simples |
Para completar e ajudar na digestão de uma pizza tão elaborada, nada melhor que um copinho de Limoncello servido bem gelado.
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Limoncello, um licor doce de limão produzido na região da Campania (especialmente em Capri, Sorrento e na Costa Amalfitana)
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Gostaria de voltar a Nápoles e conhecer melhor esta que é uma das cidades mais famosas e fascinantes da Itália, com tanta riqueza artística herdada por seu passado glorioso e com um povo hospitaleiro e alegre.
O que visitar em Nápoles?
Nápoles é famosa por sua pizza, pelas suas músicas cantadas no melodioso dialeto napolitano, pela tarantella, pela pulcinella (uma máscara teatral) mas também por seus monumentos deixados pelos povos que a conquistaram ou reflexos da modernização pela qual passou a cidade no decorrer dos séculos
Maschio Angioino (Castel Nuovo)
É um imponente e austero castelo localizado próximo ao porto. Foi construído entre 1279 a 1284 a mando de Carlos I de Anjou e lá se estabeleceu com sua corte, deixando o Castel dell'Ovo e o de Cápua. No século XV, durante o reinado aragonês de Afonso I, o castelo foi completamente reedificado, assumindo o aspecto de uma verdadeira fortaleza. Um século mais tarde, ascrescentou-se à construção o Arco do Triunfo, com tantos relevos que exaltam seus patrocinadores, a Casa Real de Aragão.
Hoje, o castelo sedia a Administração Municipal e o Museu Histórico.
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Vista aérea do Maschio Angioino |
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Detalhes de uma das torres do castelo |
Castel dell'Ovo
Um dos castelos mais antigos de Nápoles, já foi moradia da Casa Real dos Anjous antes de se transferirem para o Maschio Angioino. O nome vem de uma antiga lenda ligada ao poeta latino Virgílio, considerado também um mago durante a Idade Média. Dizia-se que o poeta havia escondido um ovo nos porões do castelo que o manteria em pé e se fosse quebrado, além de ruir o castelo, também provocaria uma série de catástrofes em Nápoles.
No século XIX quase foi abatido e ficou abandonado até a década de 70 do século passado. Hoje é visitável e abriga um museu.
Piazza del Plebiscito
Construída no século XVIII, é uma das praças mais famosas e bonitas da Itália. É composta pela Igreja de São Francisco de Paula, um elegante edifício do século XIX inspirado nas formas neoclássicas e pelo elegante Palazzo Reale, construído no século XVII e residência dos vice-reis espanhóis e da Casa dos Bourbons.
Galleria Umberto I
É uma elegante galeria comercial que interliga diversas ruas importantes do centro de Nápoles e dedicada ao rei italiano Umberto I, filho de Vittorio Emanuele II. Foi construída durante a Belle Époque italiana e mistura elementos barrocos com modernidade, resultando em uma obra que impressiona pelo seu requinte.
Teatro San Carlo
Foi construído a mando do rei Carlos III de Bourbon em 1737 e reconstruído em 1816 após um incêndio que o danificou gravemente. É hoje um dos teatros mais prestigiosos do mundo, com capacidade para 3000 lugares. Apresenta obras líricas tradicionais de grande valor artístico.
Duomo
Dedicada a Santa Maria Assunta, a catedral matriz de Nápoles é famosa por abrigar as relíquias de São Januário (San Gennaro em italiano), padroeiro da cidade e santo pelo qual os napolitanos são fielmente devotos.
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A catedral foi erguida no século XIII sobre os restos de uma pequena igreja. Durante os séculos sucessivos, passou por diversas reformas e reedificações. Seu interior é enriquecidos por verdadeiras obras-primas da arte italiana |
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São Januário, o padroeiro de Nápoles e bispo de Benevento, martirizado em 305 |
Nápoles não se resume a esses monumentos. É uma cidade que há muito a se descobrir e se encantar, seja na beleza natural do seu território que no acolhimento de sua gente.
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