quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Venezia: Basilica di San Marco

Basilica di San Marco, um dos cartões postais de Veneza

Este post é dedicado a uma das mais belas e diversificadas igrejas da Itália, a Basilica di San Marco, homenagem ao padroeiro de Veneza, São Marcos.

Sua história começa em 829, ano em que foi construída a primeira igreja que serviu para abrigar o corpo de São Marcos, roubado por dois mercantes venezianos que o transferiram de Alexandria, Egito, a Veneza um ano antes. Durante uma revolta de 976, a primeira igreja acabou sendo incendiada e, após alguns anos, o doge Domenico Contarini deu início à construção da atual basílica, baseando-se na Basílica dos Doze Apóstolos de Constantinopla (atual Istambul, Turquia). As obras para erigi-la começaram em 1063, mas foram concluídas somente em 1617! Durante o século XIX, passou ainda por outras diversas mudanças. Depois de tantas intervenções, o que vemos hoje é uma mistura de estilos arquitetônicos, do predominante biazantino (aquele que encontramos nas Igrejas Católicas Ortodoxas), ao românico (estilo predominante na Idade Média e de influência cristã) e gótico.

A fachada, feita de mármore, é repleta de detalhes: mosaicos, baixo-relevos, estátuas, arcos de inspiração árabe, colunas, capitéis e um leão alado em ouro, o símbolo de Veneza e do evangelista Marcos (cada evangelista tem um símbolo: o de João é uma águia, do de Mateus um anjo e o de Lucas, um boi). Dos mosaicos externos, o único original e mais antigo, datado do século XIII, é o do Portal de Santo Alípio (o primeiro à esquerda da basílica).


Detalhes da fachada da basílica. Os cavalos são cópias dos originais em bronze trazidos de Constantinopla a Veneza durante um botim de guerra 

Portal de Santo Alípio

O longo átrio, com 7 m de altura e 6 m de largura, é menos iluminado em comparação com o interior. No teto, encontramos mosaicos que representam algumas passagem bíblicas do Velho e Novo Testamentos, como o Gênesis, as vidas de Noé, Abraão, José e Moisés. O chão é de mármore em mosaicos e as colunas, segundo uma lenda, foram trazidas do Templo de Salomão. Por ser inspirada na igreja turca dos Doze Apóstolos, a basílica veneziana apresenta uma planta em cruz grega com cinco cúpulas distribuídas ao centro.

Uma das cúpulas da Basílica de São Marcos

No interior é também possível ver diversas capelas, sacristias e nos impressiona a quantidade de quadros, mosaicos dourados, colunas e estátuas de diversos tipos de mármore e bronze, enfeites em ouro e outros materiais preciosos. O altar-mor guarda o corpo de São Marcos e a Pala d'Oro, um adorno feito de ouro, prata e pedras preciosas. 

Outro elemento que foi inspirado nas igrejas ortodoxas é a presença de uma iconóstase, ou seja, uma espécie de parede divisória que separa o presbítero da nave da igreja (o local onde assistimos missa). Essa iconóstase da Basílica de São Marcos possui, ao centro, uma cruz de bronze e prata e mais 14 estátuas em mármore enfileiradas que representam a Virgem Maria, São João e os Apóstolos. Dizem que esta forte inspiração bizantina na arquitetura da basílica era por causa do grande desejo de Veneza em conquistar Constantinopla e formar um grande Império Cristão.

Iconóstase e altar-mor da Basílica de São Marcos

Segundo uma antiga tradição, após 30 anos de trabalho de construção que conferiu à basílica o atual aspecto, os venezianos haviam se esquecido do lugar onde São Marcos fora sepultado. Após quatro dias de jejum e orações, uma coluna milagrosamente se abriu e revelou o repouso eterno do santo. A passagem foi representada no mosaico do Portal de Santo Alípio, onde se vê uma coluna semi-aberta mostrando aos sacerdotes e à população o lugar onde estão os restos mortais de São Marcos.

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