Idade Média no castelo de Brescia

Nos dias 18 e 19 de abril deste ano (sei que estou bem atrasada, mas antes tarde do que nunca) o castelo de Brescia foi palco da IV edição do Festival Medieval. O evento foi organizado pela Confraternita del Leone, uma associação cultural composta por pesquisadores e amantes de História, cujo objetivo principal é a reconstrução e a revocação histórica de Brescia.


Com toda a paciência e paixão pelo trabalho, os integrantes da confraria transformaram o castelo em um acampamento medieval, tudo bem organizado e característico. A visita foi gratuita e com direito a explicações sobre práticas medicinais, armas e armaduras, arcos e flechas, vestuário e um pouco do modo de vida da época. Tudo baseado em pesquisas arqueológicas e estudos teóricos.

Acampamento reconstruído no castelo. Todos os associados estavam caracterizados com roupas e assessórios da época. Até as crianças não escaparam

A farmácia medieval era rica em ervas e especiarias. Praticava-se também a cirurgia, bem mais rudimentar que aquela desenvolvida na Antiguidade pelos egípcios, babiloneses, gregos e romanos (apesar de ser em uma época mais adiantada)

Tudo o que se via no acampamento montado para os visitantes era fabricado pelos próprios integrantes da associação e com as mesmas técnicas usadas pelos brescianos medievais. Algumas armas e armaduras eram cópias daquelas encontradas durante as pesquisas arqueológicas e que hoje estão expostas no Museu das Armas (situado no interior do castelo).

O sapateiro fabricando seus calçados de couro legítimo e alguns indumentos e utensílios usados na época

Da esquerda para a direita: o banco medieval e as primeiras moedas de Brescia, o ferreiro, o servo e o fabricante de velas

Armas, armaduras, elmos e cavalheiros medievais

Tinha até o carrasco, ou seja, o executor das sentenças de morte na Idade Média, que nos explicava com uma certa censura (por causa de algumas crianças presentes) a função de cada instrumento de tortura. Depois que o grupo de crianças se afastou, ele nos explicou sobre os objetos "censurados". O mais impressionante é a serra comprida que se vê sobre a mesa: o condenado ficava pendurado no teto e era serrado ao meio, começando pelas partes íntimas. A tortura so terminava quando este morria ou confessava tudo.





Além do acampamento, teve também uma representação do cerco militar ao castelo por Frederico II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

Tudo era voltado para a Idade Média. Teve um torneio de arco e flecha, de cavalos, barraquinhas com produtos históricos e artesanais e até uma missa em latim com rito tradicional (infelizmente nao pudemos assisti-la por culpa do horário). Todos os vendedores estavam vestidos à caráter, via-se alguém desfilando com armaduras e cavalo, brasões de diversas dinastias espalhados aqui e acolá e até algumas visitantes desfilando com guirlandas de flores que, segundo as explicações da simpática senhora que as vendia, era uma forma de distinção entre as donzelas e as casadas (que usavam um lenço). Assim era mais fácil identificar as solteiras e menos embaraçante para os homens cortejarem uma mulher.