Como havia prometido no post anterior, segue a continuação do itinerário proposto para vistar a cidade antiga de Pompeia. Lembrando que é sempre bom (digo por experiência própria) planejar antes o que visitar e levar um mapinha para se orientar melhor.
Se você tem até quatro horas em Pompeia, poderá visitar:
Os percursos sugeridos na primeira parte do post e mais:
Tempio di Iside (Templo de Ísis)
Ísis é uma deusa egípcia e seu culto se difundiu no mundo helênico graças ao contato dos gregos com o Egito. Em Pompeia ganhou seguidores por causa da influência grega e dos acordos comerciais desta colônia romana com o mundo oriental.
O templo dedicado a Ísis em Pompeia foi construído entre o fim do século II e dos primeiros decênios do século I a.C. e totalmente reconstruído depois do terremoto de 62 a.C. por iniciativa de um escravo liberto que se tornou rico. Este, não podendo ter acesso ao conselho dos decuriões, ordenou a obra em nome de seu filho de apenas 6 anos de idade, como podemos ler em uma inscrição na porta de entrada do tempo.
O templo dedicado a Ísis em Pompeia foi construído entre o fim do século II e dos primeiros decênios do século I a.C. e totalmente reconstruído depois do terremoto de 62 a.C. por iniciativa de um escravo liberto que se tornou rico. Este, não podendo ter acesso ao conselho dos decuriões, ordenou a obra em nome de seu filho de apenas 6 anos de idade, como podemos ler em uma inscrição na porta de entrada do tempo.
A descoberta de uma estátua de Doríforo, símbolo de força e juventude, fez os arqueólogos pensarem a uma academia esportiva este espaço circundado por colunas nas adjacências do Teatro Grande. Era, porém, a sede de uma associação militar dos jovens de Pompeia que lá treinavam para desfiles e competições oficiais.
A academia se situava em um edifício do século II a.C. com colunas dóricas em tufo.
A academia se situava em um edifício do século II a.C. com colunas dóricas em tufo.
Foro Triangolare (Fórum Triangular)
Está situado no alto de um morro, em uma posição bem visível do mar. A praça (como expliquei no outro post, o forum romano nada mais era que a praça central de uma cidade, onde se desenvolviam as atividades administrativas, judiciais, religiosas e comerciais), com características helênicas, era composta por uma galeria de 95 colunas jônicas do século III a.C., pelo Templo Dórico (do século VI a.C., dedicado primeiramente a Hércules e, mais tarde, a Minerva), uma área teatral e por duas academias de ginástica.
Está situado no alto de um morro, em uma posição bem visível do mar. A praça (como expliquei no outro post, o forum romano nada mais era que a praça central de uma cidade, onde se desenvolviam as atividades administrativas, judiciais, religiosas e comerciais), com características helênicas, era composta por uma galeria de 95 colunas jônicas do século III a.C., pelo Templo Dórico (do século VI a.C., dedicado primeiramente a Hércules e, mais tarde, a Minerva), uma área teatral e por duas academias de ginástica.
Planta da área onde está situado o Fórum Triangular |
Reconstrução do Fórum Triangular |
Parte das colunas do Fórum Triangular hoje |
Teatro Grande
De característica grega, este teatro foi construído no século II a.C. aproveitando o declívio natural do terreno. Na época do imperador Augusto, os irmãos Holconius, oriundos de uma rica família de viticultores, financiaram a ampliação e restauração do Teatro Grande.
O teatro tinha uma capacidade para 5000 pessoas que eram distribuídas em três faixas de lugares e divididas por corredores. Na ima cavea (as arquibancandas mais laterais) estavam os lugares reservados aos decuriões e nas primeiras fileiras da media cavea (o centro) aos representantes das corporações. Entre esses lugares, havia um exclusivo (marcado por uma inscrição em bronze) ao mais velho dos irmãos Holconius, Marcus. O restante dos lugares era destinado ao povo e quanto mais pobre era um cidadão, mais ao alto ele ficava, lá na summa cavea).
As arquibancadas eram cobertas por lastras de mármore, saqueadas após a tragédia causada pelo Vesúvio. Na parte mais alta delas havia toldos para proteger os espectadores do sol forte, pois naquela época as manifestações teatrais não eram só à noite.
De característica grega, este teatro foi construído no século II a.C. aproveitando o declívio natural do terreno. Na época do imperador Augusto, os irmãos Holconius, oriundos de uma rica família de viticultores, financiaram a ampliação e restauração do Teatro Grande.
O teatro tinha uma capacidade para 5000 pessoas que eram distribuídas em três faixas de lugares e divididas por corredores. Na ima cavea (as arquibancandas mais laterais) estavam os lugares reservados aos decuriões e nas primeiras fileiras da media cavea (o centro) aos representantes das corporações. Entre esses lugares, havia um exclusivo (marcado por uma inscrição em bronze) ao mais velho dos irmãos Holconius, Marcus. O restante dos lugares era destinado ao povo e quanto mais pobre era um cidadão, mais ao alto ele ficava, lá na summa cavea).
As arquibancadas eram cobertas por lastras de mármore, saqueadas após a tragédia causada pelo Vesúvio. Na parte mais alta delas havia toldos para proteger os espectadores do sol forte, pois naquela época as manifestações teatrais não eram só à noite.
Caserma dei Gladiatori (Quartel dos Gladiadores)
O terreno situado atrás do Teatro Grande foi destinado, nos últimos anos da antiga Pompeia, a sede da organização dos gladiadores que se exibiam na cidade. Era um edifício com quatro pórticos de 74 colunas dóricas que, originalmente, servia o público que frequentava o teatro, seja para uma refeição que para o reparo nos dias de chuva.
Provavelmente, o uso daquele espaço destinado ao teatro foi, por anos, também a sede de uma organização responsável pela formação intelectual, esportiva e militar dos jovens de Pompeia.
O terreno situado atrás do Teatro Grande foi destinado, nos últimos anos da antiga Pompeia, a sede da organização dos gladiadores que se exibiam na cidade. Era um edifício com quatro pórticos de 74 colunas dóricas que, originalmente, servia o público que frequentava o teatro, seja para uma refeição que para o reparo nos dias de chuva.
Provavelmente, o uso daquele espaço destinado ao teatro foi, por anos, também a sede de uma organização responsável pela formação intelectual, esportiva e militar dos jovens de Pompeia.
Odeon
Foi construído no início da colônia romana com o financiamento dos duoviri (magistrados). Era um teatro coberto e usado para as apresentações musicais e declamações de versos. Aqui também havia lugares reservados, em mármore, para os altos magistrados.
Foi construído no início da colônia romana com o financiamento dos duoviri (magistrados). Era um teatro coberto e usado para as apresentações musicais e declamações de versos. Aqui também havia lugares reservados, em mármore, para os altos magistrados.
Reconstrução do Odeon por Francesco Corni |
Odeon hoje |
Casa dei Ceii
Foi assim batizada pelos arqueólogos por causa de nove manifestos eleitorais pintados na fachada externa. Além deles, a casa possui outras pinturas decorativas que representam paisagens egípcias.
Cenas de caça pintadas na parede de frente ao jardim da Casa dei Ceii |
Casa del Menandro (Casa de Menandro)
Apesar do nome, a tal casa pertencia a Quinto Popeu mas foi batizada assim por causa de um afresco do poeta Menandro, encontrado em um cômodo da casa.
A casa ocupa mais ou menos 2000 metros quadrados e segue o padrão da casa romana. Suas paredes são repletas de afrescos com cenas gregas e egípcias. O proprietário fez construir uma terma (as precursoras dos banheiros atuais e que na época era um luxo para poucos), um depósito para o vinho, estalas e uma grande área destinadas aos criados.
Apesar do nome, a tal casa pertencia a Quinto Popeu mas foi batizada assim por causa de um afresco do poeta Menandro, encontrado em um cômodo da casa.
A casa ocupa mais ou menos 2000 metros quadrados e segue o padrão da casa romana. Suas paredes são repletas de afrescos com cenas gregas e egípcias. O proprietário fez construir uma terma (as precursoras dos banheiros atuais e que na época era um luxo para poucos), um depósito para o vinho, estalas e uma grande área destinadas aos criados.
A resistência de Cassandra ao rapto de Ulisses, uma das pinturas encontradas nas paredes da Casa de Menandro inspiradas na Guerra de Troia. |
Casa di Sallustio (Casa de Salústio)
A casa deste poeta latino é uma das mais antigas de Pompeia, construída no século III a.C. Na fachada da casa havia quatro mercearias, um bar e uma padaria equipada com moedor e forno de lareira. Alguns arqueólogos afirmam que, pela proximidade com a Porta Herculano, a casa foi transformada em hotel, com vários quartos no andar de cima e restaurante.
A casa deste poeta latino é uma das mais antigas de Pompeia, construída no século III a.C. Na fachada da casa havia quatro mercearias, um bar e uma padaria equipada com moedor e forno de lareira. Alguns arqueólogos afirmam que, pela proximidade com a Porta Herculano, a casa foi transformada em hotel, com vários quartos no andar de cima e restaurante.
Porta Ercolano e Necropoli (Porta Herculano e Necrópole)
Pela Porta Herculano entravam as carroças que vinham do porto e era por aqui também que passava todo o trânsito comercial em direção a Nápoles. Por essa razão era uma das principais portas de Pompeia.
Atravessando a Porta Herculano tinha-se acesso à Necrópole, a cidade dos mortos, como chamavam os gregos. Neste grande cemitério, existente desde o início da fundação da colônia (80 a.C.) até o fim dela (79 d.C.), estão enterrados mais célebres personagens de Pompeia e a distinção da classe social é visível nos túmulos construídos.
Pela Porta Herculano entravam as carroças que vinham do porto e era por aqui também que passava todo o trânsito comercial em direção a Nápoles. Por essa razão era uma das principais portas de Pompeia.
Atravessando a Porta Herculano tinha-se acesso à Necrópole, a cidade dos mortos, como chamavam os gregos. Neste grande cemitério, existente desde o início da fundação da colônia (80 a.C.) até o fim dela (79 d.C.), estão enterrados mais célebres personagens de Pompeia e a distinção da classe social é visível nos túmulos construídos.
Porta Herculano |
Banquinhos com cobertura à entrada da Porta Herculano |
Uma sepultura da Necrópole |
A Necrópole |
Villa di Diomede (Villa de Diomedes)
É uma villa luxuosa situada fora da Porta Herculano. Além dos cômodos que toda domus ou villa tinha, a de Diomedes possuía termas, uma piscina, uma sala de jantar externa e outra com vista para o mar e um espaçoso jardim. Os arqueólogos encontraram, durante as escavações de 1771 e 1774, os corpos dos donos da casa, todos cheios de joias e moedas, que tentavam escapar da tragédia do Vesúvio.
É uma villa luxuosa situada fora da Porta Herculano. Além dos cômodos que toda domus ou villa tinha, a de Diomedes possuía termas, uma piscina, uma sala de jantar externa e outra com vista para o mar e um espaçoso jardim. Os arqueólogos encontraram, durante as escavações de 1771 e 1774, os corpos dos donos da casa, todos cheios de joias e moedas, que tentavam escapar da tragédia do Vesúvio.
Villa dei Misteri (Villa dos Mistérios)
É a villa extra-urbana mais famosa da área que circunda o vulcão Vesúvio. Representa uma transformação social, ocorrida no século I d.C., quando as famílias nobres e antigas de Pompeia decidem viver fora do caos da cidade e do novo estilo de vida, caracterizado pela predominância política e cultural das "rudes classes comerciais".
A fama desta casa se deve a uma sequência de pinturas representando cenas teatrais nas paredes da sala de jantar. O "mistério" dessas pinturas está na sua interpretação. Dentre as várias hipóteses sobre seu significado, prevalece aquela que afirma que tais pinturas ilustram as fases do ritual de iniciação de uma jovem, talvez uma noiva, aos mistérios dionisíacos. No culto dionisíaco as orgias eram muito frequentes, mas nestas pinturas foram um pouco censuradas, talvez por causa das proibições do Senado de Roma e das severas penas aos praticantes do tal culto.
É a villa extra-urbana mais famosa da área que circunda o vulcão Vesúvio. Representa uma transformação social, ocorrida no século I d.C., quando as famílias nobres e antigas de Pompeia decidem viver fora do caos da cidade e do novo estilo de vida, caracterizado pela predominância política e cultural das "rudes classes comerciais".
A fama desta casa se deve a uma sequência de pinturas representando cenas teatrais nas paredes da sala de jantar. O "mistério" dessas pinturas está na sua interpretação. Dentre as várias hipóteses sobre seu significado, prevalece aquela que afirma que tais pinturas ilustram as fases do ritual de iniciação de uma jovem, talvez uma noiva, aos mistérios dionisíacos. No culto dionisíaco as orgias eram muito frequentes, mas nestas pinturas foram um pouco censuradas, talvez por causa das proibições do Senado de Roma e das severas penas aos praticantes do tal culto.
O moedor de uvas para a produção de vinho |
As famosas pinturas "misteriosas" da Villa dei Misteri representando as cenas de uma iniciação ao culto dionisíaco |
Continuação das pinturas com o rito de iniciação dionisíaco. Pena que não estava com uma boa máquina fotográfica (e a minha antiga tinha pouca memória) |
Para chegar em Pompeia
De trem: da estação ferroviária central de Nápoles, procure a indicação para a linha regional Circumvesuviana. Antes de embarcar, compre o biglietto giornaliero U3 (custa €4,60 e dá direito à viagem de ida e volta) e não esqueça de convalidá-lo nas maquininhas (se você sobe no trem com o bilhete não convalidado, a multa é de €50 ou mais!).
Pegue o trem que vá na direção de Sorrento e desça na estação Pompei Scavi-Villa dei Misteri (há outras paradas em Pompei, mas esta é a mais próxima da cidade arqueológica)
Os trens saem a cada duas horas e o percurso dura cerca de 35 minutos (confira os horários aqui).
De ônibus: partindo de Nápoles (estação ferroviária central ou porto, travessa Immacolatella), pegue um ônibus da companhia SITA que vai para Salerno e desça no ponto Pompei Scavi.
A duração é de 35 minutos também (confira os horários aqui). O custo do bilhete é de €3,30 (informação do yahoo resposta) e pode ser comprado em qualquer bar, banca de jornal ou tabaccheria próximo ao ponto onde passa o ônibus (e é só dizer ao vendedor que quer um bilhete para Pompei).
De carro: sempre de Nápoles, pegue a rodovia A3 Napoli-Salerno e entre na Uscita Pompei Ovest. Se você tiver vindo do sul, pegue a mesma rodovia e entre na Uscita Pompei Est. Alguns estacionamentos são a pagamento, outros têm faixa horária e dias da semana. Prepare uma gorjetinha para os "vigias" de estacionamento que eles saberão cuidar do seu carro.
Ao chegar em Pompeia
- A entrada custa €11 e vale o dia todo. Se for visitar também Herculano, Oplontis, Stabia e Boscoreale, tem um ingresso que custa €20 com duração de 3 dias. Cidadãos europeus entre 18 e 24 anos e professores efetivos têm redução de 50% e aos cidadãos europeus com menos de 18 e com mais de 65 anos a entrada é gratuita (prévia comprovação com documento de identificação e com foto válido). Informação detalhada aqui.
- Pegue os materiais informativos e mapas distribuídos gratuitamente para você se orientar. Os percursos são bem sinalizados, mas eu aconselho usar um mapa para não dar muitas voltas e saber o que visitar. Se você gosta de explicações, há audioguias em várias línguas (só o português que é raro) que podem ser alugados na recepção.
- Leve chapéu, protetor, sombrinhas e água para os dias quentes (aqui na Itália o calor é bem forte e no sul costuma ser mais ainda, mesmo em setembro e outubro). Use roupas e sapatos cômodos porque você vai andar muito pelas ruas pedregosas.
Informações do blog do Márcio, Tô indo para a Itália, e do site Soprintendenza archeologica di Pompei
Algumas fotos e imagens usadas foram retiradas da internet através da busca feita pelo google imagens. O principal material para a publicação do presente texto é o livro Pompei - Guida alla città archeologica. Come si viveva nella città sepolta dal Vesuvio 2000 anni fa, da editora Marius.
Oi Juliana, parabéns pelo blog está nos ajudando bastante no planejamento de nossa viagem. Estamos indo de navio a Nápoles e, para ir a Pompéia, pensamos na idéia de pegar o onibus SITA no porto (mole immacolatella). Nossa dúvida é o seguinte: Como vai ser num domingo 20/novembro o ônibus funciona normalmente ? e para comprar as passagens domingo cedo perto do porto vai haver lugar aberto ? Felicidades, Antonio
ResponderExcluirOi Antonio,
ResponderExcluirObrigada pela sua visita e fico muito feliz por ajudar sua viagem.
No site da SITA (http://www.sitabus.it/sitabus/campania/orarioCAMPANIA/QUADROVIII_BIS.pdf)voce encontra uns codigos (L, F, G, H, S, N e 4) bem acima dos horarios com as respectivas legendas (no final das tabelas). Como voces vao para Pompeia no domingo, procure os horarios marcados por um H ou G. Lembrando que "feriale" quer dizer durante a semana (segunda a sabado) e "festivo" é domingo ou feriado.
Quanto ao bilhete, nao sei dizer se os locais de compra ficam abertos no domingo. Como Napoles é uma cidade grande e turistica, acredito que pelo menos até o meio dia tenha algum estabelecimento aberto. Voce pode mandar um email para a SITA ou ligar.
Felicidades para voce também e uma boa viagem!