quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Venezia

O ferro das gôndolas de Veneza com seus significados: o doge, a ilha de Malamocco, os sestieri (bairros) de Veneza e as três ilhas do arquipélago veneziano - Murano, Burano e Torcello

Veneza, ou La Serenissima, como é conhecida, é a capital da região do Veneto (localizada no Nordeste da Itália). É uma ilha em forma de peixe banhada pelo Mar Adriático e cercada de ilhas que constituem a laguna veneziana. No passado, Veneza foi uma das mais importantes Repúblicas Marítimas italianas. 

Segundo algumas teorias, os primeiros habitantes da ilha chegaram lá fugindo dos bárbaros que haviam invadido a terra firme. Mas como chegar em Veneza? Por via aérea o desembarque é feito no aeroporto de Veneza chamado Marco Polo, uma homenagem ao veneziano explorador. Pelo mar é também comum a chegada de tantos turistas, mas a via mais usada é através de carro ou trem. Até 1846, ano em que foi inaugurada uma ponte ferroviária de Meste a Venezia Santa Lucia, só se chegava à ilha de barco ou navio. De carro só foi possível em 1931, quando Benito Mussolini inaugurou a Ponte della Libertà, que liga Mestre ao Piazzale Roma. Depois de atravessar a Ponte Tre Ponti ou a Ponte degli Scalzi é hora de admirar as belezas dos monumentos de Veneza.

É muito interessante notar as peculiaridades da vida veneziana, a começar pelo fato de não existir transporte terrestre dentro da ilha. No lugar de carros e ônibus, usam-se lanchas, barcos, gôndolas (para fins turísticos) e vaporetto (o ônibus de Veneza). Nos canais há leis de trânsito como em uma estrada normal, com sinalizações e até pontos de ônibus e estacionamento. 

Para chegar ao centro, onde se encontra o "cartão postal" de Veneza, passamos por inúmeras calli (ruas e vielas), canais, pontes, arcadas e praças. Parece um labirinto e temos a impressão de estarmos em um cenário de algum filme antigo. O aspecto exterior das casas também nos faz impressionar, sem pinturas, mas cada uma delas vale uma fortuna. Elas têm tal aspecto para dar uma certa originalidade, já que Veneza é um dos patrimônios da Unesco.

Outra atração turística são as gôndolas e os gondoleiros. As gôndolas foram um dos primeiros meios de transporte de Veneza e até hoje sua produção é artesanal e herdada de geração a geração. Não sei se já notaram o ferro, que é aquele enfeite na proa das gôndolas parecido com um pente (foto acima). Tem um significado: a parte maior, a "cabeça", representa o chapéu do doge (a autoridade máxima da extinta República de Veneza); logo abaixo, à esquerda, um dos "dentes" representa a ilha de Malamocco; os demais, à direita, são os sestieri de Veneza, ou seja, os seis bairros da cidade; intercalando cada sestiere (são três pontinhas) temos as representações das ilhas de Murano, Burano e Torcello; e a parte maior, que desce, é o Canal Grande. Os gondoleiros fazem concurso para exercer a profissão e os preços para uma voltinha nas gôndolas são tabelados, assim evita a concorrência (o preço mínimo é de €80,00).

La Serenisima sempre suscitou e suscita interesse em poetas por ser uma cidadade única no mundo e transmitir toda aquela atmosfera romântica. Segue abaixo o trecho de uma carta de Francesco Petrarca, grande poeta do Humanismo italiano (séculos XIV ao XVI), a um seu amigo de Bolonha (em italiano):


« [...] quale Città unico albergo ai giorni nostri di libertà, di giustizia, di pace, unico rifugio dei buoni e solo porto a cui, sbattute per ogni dove dalla tirannia e dalla guerra, possono riparare a salvezza le navi degli uomini che cercano di condurre tranquilla la vita: Città ricca d'oro ma più di nominanza, potente di forze ma più di virtù, sopra saldi marmi fondata ma sopra più solide basi di civile concordia ferma ed immobile e, meglio che dal mare ond'è cinta, dalla prudente sapienza dè figli suoi munita e fatta sicura».

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